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terça-feira, 22 de julho de 2008

Desigualdade no Brasil

Você deve estar se perguntando... "E a universidade?" Pois é... Eu estava de férias, voltei às aulas ontem (mas ontem não teve nada de legal, a não ser a nota linda que eu tirei em Economia e a prova que foi marcada pra semana que vem de Metodologia, mas isso não é legal). Então... a primeira 'aula legal' do semestre aconteceu hoje.

Aula de Sociologia - Professor Afonso. É daquelas aulas que você nem vê o tempo passar. Nesse semestre vamos falar de Durkheim e Weber (depois de estudar Marx e ficar com a média, essa é minha chance de me dar bem!). A aula de hoje foi sobre a Desigualdade (uma introdução a Durkheim). Falamos da desigualdade no Brasil partindo da elitização da justiça brasileira (analisando os casos Cachola e Dantas sobre os quais não falarei agora). Agora, um breve 'desenrolar' de como foi essa aula legal. Se você não gosta de sociologia, não quer saber de desigualdade ou não ta nem aí pra esse papo, clique aqui e divirta-se! Se você já conhece o assunto, pode dizer se eu aprendi, ou não. hahaha

A desigualdade é uma questão muito séria no Brasil. Não é meramente econômica, eu diria que é cultural. A desigualdade manifesta-se com a elite e a ralé.

Professor Afonso: O que é a elite?
Salomão: Elite é quem tem dinheiro... Onde tem sistema capitalista tem elite.
Annie: Não é isso não. Elite é quem tem privilégios. O critério pode não ser o capital, mas o fato comum a todas as sociedades, pois TODAS são elitistas (discorde e termeos uma longa conversa haha), é que a elite é a classe privilegiada. (You win! \o/)

A sociedade de privilégios do Brasil foi criada quando o senhor de engenho tinha o privilégio do ócio, enquanto trabalhar era coisa de escravo. (Até hoje, mais esperto é quem ganha dinheiro sem trabalhar... E trabalho é só o braçal... Ainda falaremos disso, um dia...)

Eu disse que a desigualdade não é apensa financeira, mas cutural. No país mais misturado do mundo, como pode haver desigualdade (a tal Teoria do Brasileiro Cordial)? Se todos se misturam tanto que são quase iguais? A diferença não é só a do rico e do pobre. Tem o preto e o branco. O analfabeto e o doutor. O patrão e o empregado. (Mas isso tudo não tem a ver com a classe social deles?) Sim... Mas e o nordestino e o sulista? O brasileiro nato e o estrangeiro naturalizado? O paulista e o carioca? Se tratam com igualdade? Sempre? Terão o mesmo tratamento por outros? Sempre?

Com a modernidade, a "teoria do brasileiro cordial", a questão da desigualdade foi deixada de lado, enquanto isso, as coisas aumentavam (como a crise do judiciário, que sempre existiu, mas que ninguém ligou pra ela, até que estourou... é como um câncer...).


TODOS OS BRASILEIROS SÃO CIDADÃOS?

Livros recomendados:
O Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro
Brancos e Negros em São Paulo - Florestan Fernandes
Casa Grande e Senzala - Gilberto Freyre
Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda
Carnaval, Malandros e Heróis - Roberto da Matta
A Ralé - Jesse Souza

domingo, 20 de julho de 2008

A²BCD

Olá! E me desculpem por todo esse tempo sem postar... Tenho um excelente motivo!!! (ou não, rs)

Você tem amigos virtuais? Essa semana estive muito ocupada, vivendo os melhores dias da minha vida, até hoje. O que aconteceu foi que meus amigos vieram me conhecer (não é estranho ter um amigo e só depois conhecê-lo?), e vieram de longe: São José dos Campos (SP) e Manaus (AM). Nós passamos dias maravilhosos (e eu só sei repetir isso)...

Pra que você não fique 'boiando' na conversa... Este blog não é minha única 'manifestação virtual'. Tenho um perfil no orkut, uma conta no msn, (yahoo, blablabla...), e foi pelo orkut que conheci a Ana Júlia, o Bruno e o Cláudio Daniel (entendeu o A²BCD lá em cima?). Foi no msn que essa amizade se firmou, e foi em Foz do Iguaçu que ela se consolidou e fincou raízes em meu coração. (que profundo!!!)

Foi um incrível acaso, ou uma grande coisa de Deus, pois o nosso encontro não era o principal motivo pelo qual eles estavam aqui, mas estávamos todos aqui, no mesmo dia. Aliás, dias... Dias intensos, muito bem vividos, aproveitados e documentados.

Dedico esse post aos meus amigos maravilhosos, mesmo o Bruno não estando lá, e nós sentimos a falta dele em todos os momentos (mesmo que ele não acredite nisso). Amo vcs!!!


PS: eu sei que este post difere de todos os demais do blog, mas não seria justo deixar pessoas tão singulares fora daqui. Eles merecem esse espaço porque já conquistaram o meu coração. Eu sei que isto está muito meloso, você talvez esteja com vontade de fechar a janela agora (fique à vontade), mas eu precisava mesmo fazer isso =) Vai entender uma pirralha.....

domingo, 13 de julho de 2008

O que você, que tem uma vida normal, está perdendo

No primeiro post, eu falei sobre PAH e o processo de aceleração. Sempre ouvi pessoas comentando que deve ser muito bom estar dois anos à frente, ou que deve ser ruim estar avançada... E outras pessoas que falam que se soubessem disso teriam pulado uns três anos. Vou te contar o que você perdeu (ou está perdendo):
Legenda: BOM/RUIM

Eu vou terminar o Ensino Superior dois anos mais cedo (isso não quer dizer que vou parar de estudar... por isso que não coloquei 'terminar os estudos')

Tive que escolher minha carreira dois anos mais cedo. Tanta gente que fica um ano após o Ensino Médio sem saber o que fazer, e eu precisava decidir isso aos 15 anos.

Ganhei admiradores
Conheci invejosos

Fui 'queridinha' de muitos professores
Outros professores resolveram pegar no meu pé, por achar que eu tinha que render duas vezes mais que qualquer outro aluno (incluam minha mãe nessa - ela pega no meu pé até hoje).

Tenho muitos amigos mais velhos que eu... A maioria deles. E na maioria das vezes é como se não houvesse diferença.
Dois anos parece pouco entre 14 e 16 anos, mas pergunte a uma criança de 12 (que se acha adolescente-quase-adulta) o que aquela criança de 10 está fazendo na sala dela. Se você não foi acelerado dois anos, se livrou de umas surras na 5ª série...

A vida social e a vida escolar andam juntas. Se você tem 9 anos, estuda na 3ª série, seus amigos tem 9 anos e gostam de brincar das mesmas coisa que você, então você é uma criança feliz. Se você tem 9 anos, estuda na 5ª série, não tem amigos porque eles tem 11 anos e não querem saber de você porque vocês não gostam das mesmas coisas, o que você faz? 'Cresce'. (alguns vão dizer que eu não cresci porque não cheguei ainda a 1,60m, mas isso é uma questão genética...)
Resumindo: eu tive uma infância curta.
Mas tô curtindo muito minha adolescência! =D

sexta-feira, 11 de julho de 2008

S H E

Relendo o que escrevi sobre a menina que roubava livros, me lembrei da sigla: S.H.E. - Sem Humanos Envolvidos. Ouvi isso em uma dessas séries americanas tipo CSI, mas não tenho certeza em qual foi... Não sei se ela é usada de fato 'na vida real', mas a sigla quer dizer que não há humanos, apenas negócios. Apenas trabalho.

Se você leu o pequeno texto à direita 'apresentando a pirralha', então já sabe que eu faço Direito (pelo menos como curso universitário). Nas diversas profissões na área jurídica rola esse negócio de S.H.E. Claro que há 'profissionais' e 'profissionais', mas o que eu tenho percebido é que na maioria das vezes, não há humanos envolvidos, apenas papéis, processos, estatísticas...

E o processo judiciário brasileiro contribui pra isso. Usando a imaginação: você é um juiz da vara da infância. Você tem uma pilha de processos e um monte de estagiários pra fazer aquilo que você não tem tempo de fazer. Mal dá tempo de ler um processo inteiro. Como você vai se preocupar com a criança que bate carteiras? Tem que ser muito humano.

Tá... Eu ainda não conheço 'o sistema' direito... Estou falando apenas do que ouvi, do que 'fiquei sabendo'... Mas num sistema saturado é muito mais fácil ver apenas papéis. Ver humanos é mais trabalhoso. Toma mais tempo... e sobrecarrega o lado emocional também. Quem lida com famílias desestruturadas, crianças infratoras, traficantes que 'não têm mais volta' deve ficar meio pinel... (Será por isso que os psicólogos ficam malucos?)

Aí eu fiquei pensando... que tipo de profissional eu serei? Será que daqui a cinco anos eu ainda verei humanos? Será que depois de 15 anos de profissão eu ainda serei humana? Ou isso é coisa de pirralha? Se for, quero ser pirralha pra sempre...

Uma Roubadora de Livros

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Não é a intenção deste blog ficar fazendo propaganda, mas eu vivo lendo. E bons livros merecem ser divulgados. O livro hoje é 'A Menina Que Roubava Livros', de Markus Zusak.

Não foi um livro comprado nem emprestado. Também não roubei de ninguém (rs). Eu ganhei no meu aniversário de dois amigos que eu amo³³ =)

A história se passa na Alemanha Nazista. A protagonista é uma garotinha chamada Liesel Meminger (que eu descobri que se fala Lísel Méminga), que, por ser filha de comunistas, foi adotada por uma família muito pobre aos 10 anos de idade.

O livro conta a história da Segunda Guerra de um ponto de vista diferente de todos os outros que eu já li (Anjo da Morte, Pedro Bandeira; Diário de Anne Frank, Anne Frank (né?)...), porque geralmente quando alguém quer falar de Segunda Guerra Mundial, monta uma história contada por um judeu, que está sempre preso. Preso em um porão, em um campo de concentração, em seu exílio...

Markus Zusak conta essa história de um ponto de vista totalmente inusitado. Eu não vou contar quem narra a história porque é muito mais legal descobrir sozinho. Eu descobri sem querer na internet, e confesso que preferiria saber isso através das páginas do livro.

Mas o melhor de tudo no livro é que ele me mostrou uma coisa que eu tinha perdido em algum lugar dentro de mim. Ele me fez ver pessoas, ao invés de corpos. Me fez ver humanos. Eu costumava não me sensibilizar com cenas desumanas, com aquelas fotos de pessoas partidas no meio (já viram um livro de medicina legal?)... Mas depois de ler a história daquela ladrazinha eu não conseguia ver corpos sem enxergar as pessoas. Foi um processo de humanização de quase 500 páginas. Maravilhosamente bem escritas. Um livro digno de me arrancar umas lágrimas...

"Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Uma Pirralha Metida

Pense numa pessoa que não aguenta o básico, quer logo o pacote completo. Assim é essa pirralha (eu).
Como se não bastasse estar num curso superior dois anos mais cedo que o comum...

Tudo começou com as amizades (sempre as amizades). Tem a turma da bagunça, a turma dos intelectuais (raro), dos pseudo-intelectuais (mais comum do que se imagina), dos marxistas (toda universidade tem marxistas)... A turma da qual eu faço parte... eu diria que é uma turma ativa (trocadilho infame ¬¬' - não entendeu? clique aqui).

Meus amigos montaram uma chapa pro DCE (Diretório Central dos Estudantes), da qual eu não fiz parte... talvez por ser pirralha... E eles ganharam! Quer dizer, nós ganhamos! =D

Isso quer dizer que esta pirralha se intrometeu também no DCE do campus de Foz do Iguaçu da Unioeste. Mais precisamente no jornal Informative. =) (outro dia eu mando o link do jornal)

E não é só isso... Todo universitário sabe quais são os três pilares de uma universidade: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO.

Ensino é o básico... eu tenho aulas todos os dias, pq tenho todos os professores \o/ (isso seria uam indireta para o queridissimo governador do Estado e para o magnifico reitor)
Pesquisa... eu diria que é a segunda fase. A expansão do conhecimento. Eu faço parte de um grupo de pesquisa sobre a violência. É ótimo. =) Ah, e tem o artigo... Um projeto que estou desenvolvendo com outra professora, mas que ainda é meio secreto (fiquem curiosos hauahuah)
Extensão... é a terceira fase, onde a gente leva a nossa pesquisa à comunidade. Além de testar os nossos conhecimentos, a gente ganha novas perguntas pra pesquisar... é um ciclo. Eu ainda não participo de nenhum projeto de extensão... mas como metida que sou, não vejo a hora de entrar em um!

Como é tarde para uma pirralha estar na internet... me despeço. Até amanhã.

(Enquanto estou de férias, dá pra postar todo dia em que eu tiver algo a dizer... quando as aulas começarem... aí veremos...)

Sobre PAH e como eu fui parar na universidade aos 16 anos

"Como alguém com 16 anos pode estar no 2º semestre de um curso universitário?"

Eu volto a pergunta a você. Já ouviu falar de PAH? Talvez o nome antigo lhe seja mais comum (ou não): superdotados.
A palavra 'superdotado' me traz à mente a idéia de um super-herói, algo sobre-humano. Não é bem o que eu sou... rs. A sigla PAH significa Portador de Altas Habilidades (não peça pra ver meu porte pq nunca me deram um). - Os pedagogos vivem inventando novos nomes pra coisas que já existem e sempre acham que o nome que eles inventaram não é adequado.

Finalmente... o que vem a ser uma pessoa superdotada, ou PAH?
Eu não sou pedagoga, nem estudei esse assunto... O que eu sei é o que me contam sobre mim.
Portadores de altas habilidades têm facilidade para aprender (e são rápidas), habilidade para resolver problemas, flexibilidade de pensamento, capacidade de julgamento, excelente memória, independência de pensamento. Pessoas assim são criativas, curiosas, críticas, irriquietas, sensíveis... têm liderança, senso de humor desenvolvido. Geralmente desenvolvem talentos específicos como música, dança, informática, esportes...


Após essa rapidíssima explicação do que é PAH (veja mais aqui), vamos ao 'como eu fui parar na universidade aos 16 anos'


Na verdade, eu cheguei na Unioeste aos 15 anos, mas o caminho para isso foi há muito tempo atrás... Mais precisamente, em 1998. Foi quando me identificaram como uma criança superdotada.
Eu tinha 5 anos, mas já sabia ler e escrever, fazer as quatro operações (desde os três anos de idade), e detestava ficar desenhando e enrolando massinha. O processo de aceleração (garantido pelo artigo 59 da LDB, no inciso II) durou alguns meses... Fiquei um tempo fora da escola, fazendo um monte de provas, exames, testes... Inventaram mil desculpas para não realizar o processo de aceleração... Enquanto o processo corria, eu freqüentei a 1ª série (matriculada no jardim de infância) e depois a 3ª série (matriculada na 1ª série). Quando eu estava devidamente acelerada, foi da 1ª para a 4ª série. A partir daí, fiz todas as séries como todo mundo, até chegar na universidade.


Não é preciso ter uma idade X para freqüentar o Ensino Superior. É preciso apenas ter concluído o Ensino Médio (assim como para cursar o Ensino Médio é preciso apenas concluir o Ensino Fundamental), coisa que aquele menino de 8 anos não tinha feito (lembram dele?).


Isso foi só a introdução. Eu não pretendo ficar explanando esses assuntos aqui o tempo todo... Vou falar basicamente sobre três assuntos: ser universitário - ser adolescente - ser universitário adolescente. É basicamente a minha identidade =)

See ya!

Quer ver mais sobre PAH?
Clique aqui e aqui =)