Oi! Meu novo endereço é Annie Escreve. Te espero lá!

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Pirralha Cresceu!

Esse blog nasceu há quase dois anos (criei em julho). Lembro que era a minha cara aquela Pirralhinha (ela voltou!!) e o layout todo em laranja e verde (Bem, laranja. O verde era por causa da Pirralhinha). Enfim, aquela coisa mimoooosa que tinha tudo a ver com Annie Adelinne, sua calourice e seus recém-feitos dezesseis anos de idade.

Vocês perceberam como as coisas mudaram? Não foi só o layout do blog. O jeito de escrever, os assuntos dos posts (quando foi a última vez que falei de PAH?), os leitores... A coisa mais feliz do mundo é ouvir alguém falando do seu blog sem saber que é seu ou sem saber que você está ouvindo. Ou alguém que você conhece te falar pessoalmente que visita seu blog e que ama as coisas que você escreve. No comecinho só os seus amigos leem porque você fica mandando os links e pedindo pra comentar haha. Quando você começa a receber visitas de pessoas desconhecidas (quem me conheceu pelo blog ou não me conhece e nunca se manifestou, dê um olá nos comentários)

Bem, o Pirralha era a minha cara, né? Mas crescer é natural. E é ótimo! Nesse crescimento algumas outras coisas mudaram, mas a principal delas é a constatação de que eu não sou mais uma pirralha. Não é porque eu fiz dezoito anos, ou porquê o povo da minha idade já está na faculdade. Um dia você descobre que não é mais um adolescente. Um dia eu descobri que não era mais uma Pirralha. Algumas pessoas já sabiam disso antes de mim. Deve ser porque as mudanças que a gente vê no espelho todos os dias passam despercebidas até que você note que se transformou numa coisa totalmente nova. (Estou 'filosofal' hoje, hein?)

Não haverá mais postagens no Pirralha. O blog continua aberto, continua aqui. Estou mudando de endereço porque preciso urgentemente de um lugar novo, com a minha cara, pra eu falar de tudo o que eu quiser, das coisas que eu gosto, do que eu não gosto. Como aquilo que eu falo aqui, só que ainda mais. (O título Pirralha na Universidade sempre me deixou meio forçada a não sair muito do tema, sabe?) Sem mais, visitem o Com tudo o que sou. Não me abandonem! haha

Amo a vocês todos, meus leitores ♥

See ya ;)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobrevivendo na Igreja para Solteiros

Esse post faz parte de um Blog Tour. Eu sei que geralmente identifico no título, mas essa ainda não é a resenha do livro. É que os livros nunca chegam na semana do tour, mas eu decidi que tinha que postar alguma coisa no tempo certo de agora em diante. 
O livro dessa semana é o Stuff Christians Like, de Jon Acuff. Entrei no tour depois de ler o blog dele, que é ÓTIMO. Se você lê em inglês, siga. Se você não lê em inglês, use o tradutor do Google e siga. (Sabia que o Chrome traduz automaticamente as páginas em outras línguas se você quiser?)
Essa lista aí embaixo é uma versão minha de um post dele.




The Surviving Church as a Single Scorecard - Brazilian Version

1. Sua igreja não tem um ministério de solteiros. +1 ponto

2. Sua igreja não tem um ministério de solteiros, mas tem um ministério de casais. +2 pontos

3. Sua igreja não tem um ministério de solteiros, mas tem um de casais, que sempre pede aos solteiros que sirvam os casais nos seus eventos (sempre tem um jantar nesses eventos de casais) + 3 pontos

4. Sua igreja tem um ministério de solteiros, mas considera solteiros todos os que não são casados, inclusive os casais de namorados e noivos + 4 pontos

5. Alguém já te disse “Eu simplesmente não entendo como alguém tão legal como você ainda não se casou.” + 1 ponto

6. Alguém já te disse “Quando você parar de procurer, o amor baterá à sua porta.” + 2 pontos pra cada vez em que você ouviu isso.

7. Todos os seus irmãos já se casaram ou tem namorado. + 2 pontos pra cada irmão. + 3 se for irmão mais novo.

8. As pessoas te apresentam assim “Esse é o Rafa. Solteiro, hein? ;)” +1 ponto

9. Quando as pessoas te apresentam, sentem que precisam listar suas qualidades “Essa é a Fabi, solteira, tem casa, carro, emprego estável, ganha bem...” + 2 pontos

10. As pessoas vivem apresentando outros amigos solteiros pra você + 2 pontos

11. As pessoas já perderam o critério e apresentam qualquer amigo solteiro pra você + 4 pontos

12. Seus amigos que namoram há dois dias não te chamam mais pra sair no fim de semana. + 1 ponto

13. As pessoas sempre te pedem para fazer coisas porque “você é solteiro, então tem muito tempo livre.” + 1 ponto

14. As pessoas se espantam quando perguntam “Como vai?” e você responde “Ótimo! Eu amo minha vida!” + 1 ponto

15. Alguém que você acabou de conhecer fica te dando conselhos como “Se você quer se casar, tem que...” + 2 pontos

16. Você está começando a pensar que alguma coisa em você assusta homens/mulheres, e fica tentando descobrir o que é - 2 pontos

17. Alguém já te mandou o versículo “Não é bom que o homem esteja só...” + 2 pontos

18. Você está achando que eu fiz essa lista pensando em alguém específico (você, é claro), e vai dizer isso nos comentários - 5 pontos

19. Você acha que se não se casar antes dos 25 anos, vai ficar solteiro pra sempre + 1 ponto

20. Você tem mais de 30 anos e acha uma injustiça as pessoas acharem que todos deveriam se casar antes dos 30 – 3 pontos

21. Você tem mais de 30 anos, está solteiro e entrando na fase do desespero + 5 pontos

22. Quando as pessoas te convidam pra ir a um lugar, começam falando dos solteiros que estarão lá + 1 ponto

23. Os casais de amigos ficam cheios de dedos pra falar com você perto de 12 de junho porque acham que você está muito sensível + 1 ponto

24. Você nem está tão sensível assim. Na verdade, nem liga pra essas datas que só existem pra que as pessoas gastem dinheiro comprando presentes e indo jantar em lugares caros – 1 ponto

25. Você cansou de fingir que é forte e que se conformou com a solteirice, resolveu chutar o balde e está, sim, sensível em junho – 3 pontos

26. Você já fez uma lista de qualidades que seu par perfeito deve ter (físicas ou não) + 1 ponto

27. Você ora todos os dias com a mão sobre a lista + 3 pontos

28. Quando você conhece uma pessoa, seus amigos o(a) tratam como seu(sua) namorado(a) + 2 pontos

29. Depois de conhecer a terceira ‘pessoa’, seus amigos fazem comentários mais brandos, com medo de te empolgarem em um relacionamento que pode não dar certo + 4 pontos

30. Seus amigos evitam falar de seus namorados/conjuges perto de você porque acham que você vai se sentir mal + 1 ponto

31. Você realmente se sente mal quando tem que ouvir sobre as histórias amorosas dos outros + 2 pontos

32. Amigos se afastaram de você depois que se casaram por achar que você não os entende mais + 1 ponto

33. Seus amigos casados vão sair, então ligam rpa você porque precisam de alguém pra cuidar do filho deles + 3 pontos

34. Você compra/lê livros de relacionamento para se preparar para quando estiver em um + 1 ponto para cada livro lido, + 2 para cada livro comprado

35. Você compra/lê livros de relacionamento para ver se tem algum segredo para arranjar um + 2 pontos para cada livro lido, + 3 para cada livro comprado

36. Alguém já te disse que “Paulo nunca se casou”, tentando te consolar + 2 ponto

37. Já te disseram que no próximo aniversário ou Ano Novo você estará planejando seu casamento + 3 pontos

38. Ao invés de dizer que você é solteiro, as pessoas dizem que você “ainda não se casou” + 2 pontos

39. Você cansou de procurar e encontrar apenas as pessoas erradas, e já decidiu que ‘esperando em Deus’ significa que se ELE existir, vai ter que correr atrás de você + 2 pontos

40. Você abre uma conta em todos os sites de namoro virtual evangélico que encontra. + 5 pontos

Você pode comprar o livro pela Amazon, seguir o Jon no twitter ou ser amigo dele no Facebook. O blog dele você já está seguindo, né?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cenas Curitibanas #1

Às vezes é assim... eu saio da UFPR pra almoçar no RU e o que eu encontro bem na minha frente?

 O grupo de teatro de rua cujo nome eu esqueci, mas é Comédia alguma coisa, mas assim que eu lembrar faço um adendo fazendo seu ensaio geral pra gente sentar e assistir, na maior gostosura da vida!

Acho que é a segunda vez que eu assisto essa companhia. Teve outra vez que assisti uma comédia da escadaria do Prédio Histórico da UFPR, de um grupo de São Paulo no Festival de Teatro de Curitiba

E eu nem sou a única que gosta de parar pra ver. Quem ta passando na praça não aguenta e vai sentando ali na escada mesmo. É, não dava pra tirar foto de todo mundo com o celular, ne? Mas sempre junta uma galera... Pode passar o chapéu aí!

Amo muito tudo isso!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

30 coisas que marcaram os últimos 6 meses

Essa veio da Ru (olha a lista dela aqui no Estrelas - blog meu e dela). Eu amo listas, vcs sabem, né? É pra marcar coisas boas e ruins que marcaram minha vida nesse tempo. Ta fácil;)

1. Passar no vestibular da UFPR
2. Morar em Curitiba
3. Viajar pro Rio com Dan, Ru, Deborinha e Belíssima
4. Morar longe do meu namorado
5. Viajar de avião pela primeira vez
6. Morar 'sozinha' (por quinze dias)
7. Conviver com a saudade
8. Estudar na melhor faculdade de Direito do país
9. Fazer amigas ótimas, como a Ci e a Mona (pq conhecer e ser amiga é bem diferente, né?)
10. Passar muito tempo sozinha
11. Passar muito tempo sozinha
12. Ler em um parque
13. Ir a um parque só pra ler
14. Ser proibida de ler
15. Ser teimosa
16. Ser teimosa
17. Rir muito
18. Cantar muito
19. Passar muito tempo fora de casa
20. Descobrir aquela sensação de que a casa dos pais não é mais a minha casa
21. Descobrir que minha formatura será adiada por um ano
22. Ser pedida em casamento
23. Dizer esse sim pensando no próximo
24. Passar várias tardes na UFPR
25. Não me meter com política acadêmica (até quando eu aguento?) Ainda nao sei se isso é bom, ruim ou os dois
26. Ficar sem estágio
27. Estudar loucamente até ficar com dor de cabeça
28. Dormir mais cedo
29. Me conhecer melhor
30. Ter olhado pra trás só pra descobrir o quanto eu cresci (não literalmente)

Fácil nada! Demorei dias pra fazer! Mesmo assim vou indicar pra Lia e pra Ju, porque apesar de demorado e um pouquinho complicado, foi até gostoso pensar nisso tudo.

Uma questão de... princípios?

"A racionalidade formal gera problemas de visibilidade na realidade empírica - invisibilidade. A nossa sociedade tem problemas de visibilidade, decorrentes do uso da racionalidade formal. O nosso Direito formalista nos permite exaltar o princípio da dignidade humana nos bancos das faculdades, mas no caminho passamos pela Praça Santos Andrade e sequer enxergamos o sujeito que está morrendo de fome. Isso é dignidade?"

Da aula de Direito e Sociedade, professor Manoel Eduardo. 


Preciso dizer mais alguma coisa?
(Ahhh... eu não aguento!)

O que são princípios se eles só valem no discurso argumentativo?
O que é o direito à vida onde a vida vale cada vez menos?
Pra que serve a dignidade humana se você só enxerga os que considera dignos?
Pra que serve a isonomia se você não dá bom dia pra zeladora, pro porteiro, pro gari?
Quais são os preceitos fundamentais da sua vida?

Não seja mais um. Viva o Direito.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

93 coisas em 878 dias

Ahhh, to atrasada! Que vergonha! Bora logo ver como anda esse desafio.

5. Ler 150 livros (18/150)
Ta devagaaaar... Dessa vez tive outro probleminha, já conto qual foi.
1. Para viver um grande amor - Vinicius de Moraes
Então, eu estava a fim de ler poesia. Queria um livro pra ler no parque, no ônibus, na praça... Pra abrir em qualquer página e fazer uma leitura gostosa. Como não sou muito de poesias, busquei recomendações, e fiquei entre Vinicius, Mario Quintana e Drummond. Acabei levando esse livro de poemas e crônicas, uma ótima escolha. Morri de rir com Canto de amor e de angústia à seleção de ouro do Brasil e amei demaaaais O amor dos homens. É, acho que estava muito romântica... (Toda a obra dele está disponível aqui no site)

2. The Christopher Killer - Alana Ferguson
Não conhecia essa autora, mas amei o livro e assim que der vou ler os próximos dessa série (eu também amo séries, Cintia). Como sugere o nome, é um romance policial. Eu ainda não entendi muito bem como funciona a estrutura policial americana - xerifes, delegados e legistas que não são médicos - mas Cameryn é a filha do legista, e pede pra ser assistente dele porque sonha em um dia ser médica legista. Se você quiser pesquisar todas as palavras que não entender, vai precisar de estômago para as fotos que aparecem no google quando você digita uns termos técnicos. É um ótimo livro, mas não recomendo pra quem quer iniciar nos romances policiais, leia Agatha.

12. Ir ao oftalmologista
Depois de muita dor de cabeça e várias leituras pela metade. E pela insistência do meu namorado (quem mandou eu insistir pra ele ir?). Estou com uma receita de hipermetropia e astigmatismo e com uma bronca pra eu não ficar lendo e usando o computador sem óculos, porque ando forçando demais. Fazer o quê? Preciso usar o computador e preciso ler. Pra não dizer que fui totalmente desobediente, estou lendo só as obrigações. Quase entrando em crise de abstinência sem um romance pra ler.

44. Um lugar decente para guardar meus esmaltes
Achei uma caixa pra colocar meus queridos, que antes estavam ao léu em cima da cômoda. Ficaram apertadiiinhos, logo vou precisar de outro lugar. Logo que estiver comprando esmaltes de novo.

47. Celular com mp3
Era do meu pai. Agora só tenho que achar os fones.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vai votar nulo?

Recebi do meu primo mais um daqueles emails fazendo campanha ao voto nulo. Como ele diz que quer fazer Direito, resolvi dar a ele uma resposta bem caprichada, tanto que vou compartilhar aqui no blog.

Na verdade, ninguém sabe o que aconteceria se a maioria da população votasse nulo. A Constituição diz que só valem os votos válidos na contagem - isso exclui brancos e nulos.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. 

§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

Essa legislação a que o e-mail que você mandou se refere é o Código Eleitoral, que diz o seguinte:

Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.

Repare que no texto diz NULIDADE, não VOTOS NULOS. Nulidade, para o Código Eleitoral é isso aqui:


Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.
        Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.
Art. 220. É nula a votação:
        I - quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, ou constituída com ofensa à letra da lei;
        II - quando efetuada em folhas de votação falsas;
        III - quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do designado ou encerrada antes das 17 horas;
        IV - quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios.
        V - quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração do disposto nos §§ 4º e 5º do art. 135.
        Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o órgão apurador conhecer do ato ou dos seus efeitos e o encontrar provada, não lhe sendo lícito supri-la, ainda que haja consenso das partes.
  Art. 221. É anulável a votação:
I - quando houver extravio de documento reputado essencial; 
II - quando fôr negado ou sofrer restrição o direito de fiscalizar, e o fato constar da ata ou de protesto interposto, por escrito, no momento: 
III - quando votar, sem as cautelas do Art. 147, § 2º. 
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da remessa das folhas individuais de votação à mesa, desde que haja oportuna reclamação de partido;
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145;
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado.
        Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.

As eleições para deputados e vereadores seguem o critério proporcional, aí só contam os votos válidos. Funciona assim:
 
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior.
Art. 107 - Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração.
Art. 108 - Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um Partido ou coligação quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.

Em NENHUM lugar do Código Eleitoral encontrei esse negócio de nova votação para 50% de votos nulos, muito menos que os candidatos daquela votação seriam inalistáveis. (Se alguém achar isso, manda o artigo nos comentário, por favor. To curiosa pra ver isso) (Aliás, se isso fosse real, deveria estar nas condições de inelegibilidade previstas na Constituição). Só achei isso aqui:

Art. 201. De posse do relatório referido no artigo anterior, reunir-se-á o Tribunal, no dia seguinte, para o conhecimento do total dos votos apurados, e, em seguida, se verificar que os votos das seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, poderão alterar a representação de candidato eleito pelo princípio majoritário, ordenará a realização de novas eleições.

Essas seções anuladas são votos não apurados, por causa da nulidade explicada acima. Se foram muitos votos anulados, a ponto de poder modificar o resultado das eleições, haverá novas eleições somente nas seções anuladas, com os mesmos candidatos.

Já li em revistas (na SUPER, por exemplo) que existe uma possibilidade de novas eleições no Código Eleitoral, mas não encontrei nada no código que realmente dissesse isso. (Novamente, se alguem encontrar no CE ou em outra lei, me avisa!) Se esse dispositivo realmente existe, ele é inconstitucional. Como é anterior à Constituição, o certo seria dizer que ele não foi recepcionado pela CF/88. Quem declara a inconstitucionalidade é o STF, que é o guardião oficial da Constituição (e costuma decidir o que bem entende, não importa o que acha o resto do mundo - vide ADPF 153).

O voto é um dos direitos fundamentais do cidadão. Se você vota nulo, entrega aos outros o poder de decisão. Aliás, é uma decisão sua votar em alguém ou em ninguém - se só contam os votos válidos, tanto faz se é branco ou nulo, então, né? Há um tempo atrás, outra geração - não a nossa - brigava pelo direito de votar. Pra mim, abdicar desse direito é desperdício e não leva a nada. (Acha mesmo que o STF vai decidir o que não quiser? Eles tem cargo vitalício - só perdem por sentença judicial transitada em julgado)

Como eu acho que todo mundo merece ouvir várias opiniões antes de decidir seu voto, seria justo você repassar esse email pra todo mundo que você repassou o outro, né? (E se vcs quiserem mandar o link da postagem como respota toda vez que receberem um email desses eu nem vou achar ruim hahaha)

Vote como quiser, mas não vote enganado. Conheça os candidatos, e se for votar nulo, não vote iludido!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Contando os dias...

... para as férias!

Sério, gente, to cansada! Esse negócio de estudar dois períodos não é fácil. Não vejo a hora de entrar em férias dando vivas à gripe A. Por quê?

Porque as aulas vão até o dia 25 de junho (pra mim até dia 23) e só voltam dia 2 de agosto. Serão trinta e nove dias (pra mim) sem ter o que fazer de descanso.
Até lá faltam suados (na verdade nada suados porque tá frio)
* 23 dias;
* 54 horas/aula;
* 3 provas;
* 11 tardes na UFPR.

(Eu sei que a cantiga 'cansaço' já ta cansando, mas é que ainda é segunda-feira e eu já to cansada ;P)

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Exercício do Blog

Eu tinha um monte de assuntos pra falar aqui. Esqueci de anotar no momento dos 'lampejos' (hahaha), então nem lembro mesmo o que era. O fato é que não há muita necessidade, nem faz muito sentido, que eu fique aqui falando sobre o Ficha Limpa de que todo mundo já falou, ou da bruxa espancadora de criancinhas procuradora que foi presa.
Também não tem sentido eu fala que acabei de receber um 'não' em resposta a um currículo que enviei. Aliás, vou falar só um pouquinho porque fiquei irritada com isso. Queriam estudantes do noturno pra estagiar a partir das 9h, mas disseram no anúncio que o horário era 'a combinar'. Se eu soubesse não teria tido o trabalho de ligar, mandar email, nem nada... Quem já sabe o que quer e o que não quer tem que explicitar isso, assim ninguém perde tempo nem fica desiludido achando que recebeu um email porque vai ser chamado pra entrevista. Pronto, falei.
O que mais eu poderia dizer? Ah, foi engraçado chegar dez minutos atrasada na aula de história ouvindo o professor perguntar 'Vocês sabem o que é panótico?'. Foi engraçado porque eu já cheguei respondendo. Ta, talvez nem tenha sido engraçado. Que seja. (Ah, foi, sim, vai?)
Talvez eu deva contar que detesto admitir, mas que a cada dia me convenço de que preciso usar óculos. (O fato de eu já ter ido ao oftalmo não quer dizer que estou totalmente convencida, oras). Até porque, descobri que sou mais cega do que pensava. Droga.
O fato é que ontem eu lia Vinicius de Moraes, e ele falava do cronista, enquanto eu pensava no blogueiro. Posto um trecho: Acho que estou num tempo desses. Março foi bom. Muitas postagens, muita tagarelice... Mas esse é o primeiro post em dez dias. Logo eu que (dizem) sou tão tagarela. (Sou?) Logo eu que sempre estou cheia de ideias pra falar, e muitas vezes com tempo sobrando. (Esqueçam o tempo sobrando. Estou com leituras atrasadas!) O negócio é seguir a cartilha de Vinicius, tomar vergonha na cara e escrever, como faço agora. Nem que seja sobre a cadeira à minha frente, mas que seja interessante e relevante.
Dias há em que, positivamente, a crônica "não baixa". O cronista levanta-se, senta-se, lava as mãos, levanta-se de novo, chega à janela, dá uma telefonada a um amigo, põe um disco na vitrola, relê crônicas passadas embusca de inspiração - e nada. (...) Aí então é que, se ele é cronista mesmo, ele se pega pela gola e diz: "Vamos, escreve ó mascarao! Escreve uma crônica sobre esta cadeira que está aí em tua frente! E que ela seja bem-feita e divirta os leitores!" E o negócio sai de qualquer maneira. (O Exercício da Crônica)


Quantos posts posso fazer sobre uma cadeira?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Blog Tour: Love Mercy (Lisa Samson, Ty Samson)

 Love Mercy nos confronta diretamente com a crise de AIDS na África, especialmente na Suazilândia, que tem o maior índice de aidéticos no mundo e onde a expectativa de vida é de trinta e dois anos. Ofertando duas perspectivas únicas, Lisa e Ty compartilham as questões que encontraram em sua jornada e contam as histórias daqueles que conheceram no meio do caminho - das próprias crianças, para os adultos vítimas de AIDS, para os compassivos e misericordiosos que buscam a cada dia aliviar o sofrimento.
Sorrisos em um lugar de tristeza agonizante. Misericórdia em meio a uma pobreza dse cortar o coração. Duas pessoas transformadas por Deus em lugares e de maneiras que elas jamais esperavam, descobrindo que, mesmo em uma terra repleta de angústia, o amor e a redenção de Cristo inflamam.

Love Mercy confronts us directly with the AIDS crisis in Africa-in particular Swaziland, which has the highest AIDS rate in the world and where the average life expectancy is thirty-two years of age. Offering two unique perspectives, Lisa and Ty share the questions they encountered on their journey and tell the stories of those they met along the way-from the children themselves, to adult AIDS victims, to the compassionate mercy-givers who seek every day to alleviate their suffering.
Smiles in a place of aching sadness. Mercy in a place of heart-wrenching poverty. Two people transformed by God in ways, and places, they never expected, discovering that even in a land riddled with heartache … Christ’s love and redemption are ablaze.
(Capa e sinopse retiradas do BlogTour, tradução livre)



Esse livro faz parte de um Blog Tour. (Basicamente, vc se inscreve e informa as suas preferências literárias, a editora te convida a participar de um blog tour e te manda o livro de graça em troca de um post review. Os livros são em inglês, ok?)

Love Mercy é uma biografia de uma escritora de romances e sua filha adolescente. Apesar de classificado como biografia, conta, na verdade, sobre a viagem que elas fizeram à Suazilândia, um pequeno país africano que está ali enfiado entre a África do Sul e Moçambique, menor que o estado de Sergipe e a metade da população de Curitiba. População esta que está morrendo aos montes de AIDS e tuberculose - quando não são a fome, miséria e o abandono que matam, principalmente, as crianças. Há na Suazilândia 120 mil órfãos, o índice de pessoas com o vírus HIV chega perto dos 50%. Aos 15 anos, um suazi tem 6% de chance de chegar aos 30.

As autoras foram convidadas a conhecer o trabalho de uma organização chamada Children's Hope Chest. Sem dinheiro para a viagem, Lisa elaborou uma proposta de escrever um livro sobre sua 'jornada' na África, e as vendas desse livro cobririam os custos da viagem, inicialmente paga pela editora. O restante dos direitos autorais foi (é, será) doado para a Children's Hope Chest. 

Todos temos noção de que a maior parte da população do planeta passa por necessidades extremas. Não acredito que alguém ignore o fato de que a AIDS seja uma epidemia globalizada. Sabiam que mais de 2/3 dos portadores de HIV estão na África subsaariana (região da África abaixo do deserto do Saara)? E que cerca de 3 milhões de pessoas morrem por ano vítimas da doença somente nesas região?

Hoje, no Brasil, não é tão fácil imaginar a situação, já que temos o maior e melhor programa de combate à AIDS do mundo. Desde a política de distribuição do coquetel para os portadores do vírus, a expectativa de vida dessas pessoas no Brasil aumentou escandalosamente. Na maioria das vezes, não dá nem pra saber quem tem o vírus e quem não tem.

Na Suazilândia não há recursos para combater a AIDS porque a doença extermina a população em idade produtiva. Não é inacreditável como um vírus pode infestar uma nação ao ponto de deixá-la impotente dessa forma? Para quem liga a AIDS à promiscuidade, a maioria dos portadores do vírus no país hoje o contraíram ainda na gestação ou na primeira infância. Os antirretrovirais são caríssimos. Imagina se alguém consegue comprar isso? 


O livro conta a história das pessoas que vivem nessa realidade. Pior que isso, que nunca conheceram outra realidade. Há esperança pra essa gente? Órfãos, viúvas, velhas senhoras que cuidam de filhos de desconhecidos, pessoas jovens, assim, da minha idade, da sua, morrendo. É capaz de ter outra reação inicial a não ser a perplexidade?


Tive sérias discussões - monólogos entre eu e o livro que ficou mudo diante das minhas perguntas e advertências - teológicas com a autora, mas isso não interfere muito na essência do livro.


Mexendo na internet, descobri que o Brasil não mantém relações com a Suazilândia. Não seria interessante uma conversinha entre o melhor e o pior país no mundo em combate à AIDS/HIV? Estão entendendo o que eu estou pensando? Será que o Brasil pode ajudar a Suazilândia?



quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bora pro RU?

Na Unioeste-Foz - vocês ainda vão me ouvir ver falar escrever muito sobre a Unioeste - porque eu não esqueço as origens, amo a minha Unioeste e quero, exijo, o seu progresso (não consigo falar 'progresso' sem pensar Positivismo hahaha) - não tem Restaurante Universitário (RU).

Ta certo que meu curso não é integral, e eu não morava longe de casa há mais de uma semana, milhas e... nem nada disso. Mas até eu sentia falta de um RU. Quando eu fazia estágio de manhã, em dia de prova, ia direto do estágio pra Uni, e lá ficava até o fim da noite a base de X-bacon, pão de batata e suco garrafinhas de Coca. (Alguns meses mais tarde fiz um protesto nada muito escandaloso, na verdade, só entre eu e eu mesma, contra refrigerantes e desde então só tomei uns goles umas quatro ou cinco vezes). Chegava em casa moooorta de fome, querendo comida desesperadamente e não hesitava nem meio minuto de jantar quase meia-noite. Isso porque não tinha RU.

Agora imagine a situação de quem faz curso integral - tipo Enfermagem. Ou como a gente ficava quando tinha aula o dia inteiro no sábado. Ou o pessoal que trabalha o dia inteiro e chega pra comer uma porcaria qualquer antes de ir pra aula. Ou a galera do PTI que tem que se servir em um restaurante caríssimo para padrões universitários - porque ninguém tem que seguir os padrões dos filhinhos de papai e deixar sofrer o coitado que ralou a vida inteira pra passar numa faculdade pública, né?

Engraçado é que sempre que eu falo de RU com minhas amigas de outros estados, elas torcem o nariz. A maioria diz que a comida do RU não presta e que elas não comem lá nem de graça. Gente, se é pra ter o negócio, que seja decente, né? Que adianta ter RU se ninguém tem coragem de comer lá?

Voltando ao presente, em alguns dias - como hoje - eu passo o dia inteiro no campus - e arredores - porque tenho aula de manhã e à noite. Faço o que? Almoço no RU. Aliás, não é nada parecido com aquele que não presta onde não se come nem de graça. Inclusive, o RU Central tá em reforma e eles tão comprando a comida agora, mas eu já fui no RU do Politécnico e lá a comida também não é ruim ;)

Pontos positivos
- É 1,30! Em que outro lugar eu tenho uma refeição completa nesse valor, gente?
- A comida é sempre comível, na maioria das vezes até gostosa hahaha
- O sagu é uma cooooooisa de bom prontofalei
- O cardápio é sempre bem completinho, com salada, sobremesa... Coisa que eu dificilmente faria em casa, comendo sozinha.
- O 'prato' é daqueles de refeitório, retangular com divisórias. É bom pra quando você não sabe o que é alguma coisa e pega pra experimentar. Se não gostar, ta separado do resto. (Eu prefiro os pratos de verdade. No Politécnico tem. Quando é que vão botar pratos de verdade no RU Central?)

Pontos negativos
- Eu acho que eles fazem um molho meio esquisito, colocam maisena pra engrossar, sei lá... mas é comível.
- Também não tem um buffet diversificado, nem nada, mas lá em casa ninguém faz 10 pratos quentes e 10 pratos frios para que a gente se deleite na escolha hahaha
- Você só pode se servir uma vez, e a carne e a sobremesa (exceto quando é fruta) as tias que servem. Elas até que são bem generosas. Pelo que eu percebi, o tamanho da carne é proporcional ao tamanho do prato q
que você fez.
- As divisórias do 'prato' às vezes atrapalham. Ainda mais pra quem gosta de comer tudo misturado...

Eu sou meio enjoada com comida, tanto que nunca comi lanche de escola, mas me sinto confortável no RU. É essencial para a sobrevivência de quem ta morando sozinho pela primeira vez, ou passa o dia na faculdade, enfim... Estudante bem alimentado pensa melhor, sabiam? =)


Hora de voltar pra biblioteca. Acho que tenho uma prova hoje. E tenho um trabalho amanhã. E prova terça-feira.

Lembrei agora que tinha uma previsão de que o RU e os dormitórios dos estudantes da Unioeste estariam prontos até 2012. Como é que estão as obras? ;)

sábado, 8 de maio de 2010

96 coisas em 912 dias

Esse mês passou parecendo um ano. Se eu não anotasse tudo na agenda colocaria o que fiz na última semana pensando que foi o que fiz no mês inteiro, o que também não é muita coisa. Li muito, muito pouco. Uma boa explicação seria por causa das provas que tive, mas acho que não é a única. Também não sei quais seriam as outras além de falta de vergonha na cara e preguiça. Ah, é.. Eu perdi a carteirinha da biblioteca e ela demorou uma semana pra ficar pronta e eu ainda nem peguei. Teve isso também…

5. Ler 150 livros (16/150)

Eu estou achando meu ritmo de leitura leeento demais. Lembra do primeiro post, quantos livros? Se bem que eu estava de férias. Enfim, os livros foram:

1) Suzana, Letícia, Paula e Lúcia – Tânia Gonzales

Soube do livro pela Cintia, achei o título curioso, e como ela falou de um mistério na resenha, resolvi ler. Não é exatamente o meu tipo de livro, então foi meio cansativo, mas não quisa parar de ler pra não ficar sem saber o que aconteceria no final. Minha curiosidade sempre vence hehe

2) Emma – Jane Austen

Estava na biblioteca de humanas procurando por um clássico. Shakespeare, Mark Twain… Acabei em Jane Austen. Na contracapa dizia que Emma era a personagem mais elaborada de Jane, e as orelhas do livro (acho esse nome tão engraçado) davam a dica de que haveria muita confusão e muitos mal-entendidos. Pra falar a verdade, eu ri demais, principalmente com o pai de Emma. Ah, e com os tais mal-entendidos.

23. Visitar todos os parques de Curitiba (2/30)

Bosque do Papa (ou Bosque João Paulo II)

Procurando um lugar bonito pra começar a ler Emma, fui parar no Bosque do Papa. Gente, que lindo! As árvores, as casinhas, os jardins… E é um lugar tão calmo no meio do centro cívico! Eu fui me guiando pela ciclovia: fiz um caminho bonito, mas compriiiido. Na volta foi bem mais fácil haha

24. Visitar os maiores shoppings de Curitiba (6/11)

Shopping Mueller

Fica a umas quatro quadras do campus. Sem nunca ter entrado lá, combinei de encontrar com minha tia na praça de alimentação. Quase matei a coitada de preocupação porque não conseguia encontrar a praça. Que tipo de shopping esconde a praça ade alimentação no estacionamento? Fiquei com raiva, mas o shopping é bom. Se eu não estivesse brava com ele teria voltado lá.

62. Aprender a me orientar em Curitiba

Eu ainda não conheço a cidade toda, mas pode ter certeza que perdida eu não fico. Já aprendi que avenida vai pra que lugar, pra que lado ficam os bairros e quais são as principais ruas. É perdida não estou mais. Item cumprido!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Rapidinhas

1) Depois de dois meses desde que contratamos os serviços da Oi, finalmente a internet banda larga chegou aqui em casa. Não aguentava mais usar 3G. Estava quase inventando o arremesso de mini-modem.

2) Também depois de dois meses terminou o processo de equivalência de matérias. Deferidas: Economia Política, Metodologia da Pesquisa Jurídica (ou seja lá qual for o nome da metodologia que você tem aí), Teoria do Direito, Ciência Política e Teoria do Estado, Direito Civil A, Direito Penal A, Direito Processual Civil A, Direito Comercial A. Indeferidas: Direito e Sociedade, Filosofia do Direito, e Direito Constitucional A e B. Consegui quase todas!

3) Pra quem pediu, na verdade foi só a Didi e eu já mandei o link pra ela, encontrei a transcrição da Aula Magna do Comparato aqui na UFPR esse ano. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=587CID002 Vale a pena

4) Descobri que só porque não fui à aula quarta-feira porque deixei pra transferir o título no último dia vou precisar de um pedido formal para ver a minha prova ou me contentar com a nota em edital. Peraí... MINHA prova, dá licença? Chatice!

5) Ainda detesto a burocracia venerada na UFPR e um dia ainda cuspirei nela. E pisarei em cima, sapatearei e chamarei de feia, chata e boba.

6) O CAHS (centro acadêmico) está promovendo o Simpósio de Direito Privado e Desenvolvimento (palestras de Direito Comercial com os caras que você que gosta de Comercial sempre quis conhecer). Será nos dias 25 a 28 de maio. Eu estarei lá ;)
Cartaz do evento
Programação
Mais informações no site do CAHS

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fundamental

Quando a gente começa a faculdade quer que o primeiro ano passe rapidinho. 'Afinal, eu não escolhi Ciências Econômicas, História, Ciências Sociais, Filosofia, Letras... Escolhi Direito!' Desculpa, colega, mas vai ser difícil aprender direito desse jeito (entenda com todos os trocadilhos possiveis - que eu detesto, btw).
Quando eu stava no primeiro ano, pensava exatamente assim. Na maioria das aulas só meu corpo estava presente. O pensamento lá longe... Com exceção de Sociologia, Introdução ao Estudo do Direito e Ciência Política e Teoria do Estado, fazia as matérias para passar e chegar logo no bendito segundo ano.
No começo do ano passado estava empolgadíssima. Vibrei quando comprei meus códigos, porque finalmente agora eu iniciava meu curso. A empolgação não passou, não. Mas de vez em quando eu tropeçava em um conceito de Economia Política (logo Economia Política?!), na teoria do Estado, ou em um texto de Foucault, Carl Schmitt... O caderno de Sociologia, então... tive que vasculhar várias vezes a matéria mais anotada do ano anterior. Mas eu não sou daquelas que se convencem fácil e rapidamente. Teimei e teimei até dizer pra professora que não via sentido na disciplina de Teoria da Argumentação.
Quando vim pra cá, já sabia que teira que fazer Direito Romano e História do Direito, já tinha 'preparado o espírito' pra isso. E depois, quando indeferiram a equivalência de Sociologia e Filosofia eu nem liguei tanto. Precisei tanto delas que seria até interessante fazer de novo, até porque, nunca é igual. Além do mais, nem dá pra dizer que eu já fiz Filosofia do Direito, né?
Então, com o passar das aulas, encontrei algumas explicações, suportes, embasamentos teóricos para aquilo que eu realmente gostava de estudar (vocês sabem que eu gosto é de Penal, né?). Sabe quando vc liga o interruptor e a lâmpada fica naquele vai-não-vai e então finalmente acende? É o que tem acontecido nesse segundo primeiro ano.
Meu apelo prático: muitas faculdades estão reformulando os currículos dos cursos de Direito nesse momento - inclusive na Unioeste. Então, POR FAVOR:
* Exijam que o conteúdo de Filosofia seja Filosofia do Direito, não do Ensino Médio;
* Peçam e supliquem pela disciplina de História do Direito (ah, se eu a tivesse conehcido antes...);
* Lutem por um currículo mais aberto, com disciplinas optativas em número suficiente para que não sejam obrigativas. Cinquenta, cem... não precisam ser ofertadas todas ao mesmo tempo, então o céu é o limite;
* Peçam também (ca-ham) o Estatuto da criança e do adoelscente, nem que seja optativa. Duvido que vocês vão aprender algo significativo sobre o ECA em outra disciplina. Por que Direito Internacional seria mais importante? Hmpf!
* O que querem estudar? Peçam, sugiram! O currículo do curso é feito pra vocês (ta, é mais pros que virão, mas os veteranos podem fazer uma matéria e outra...), vocês tem todo o direito de falar, e o colegiado, diretoria, comissão ou sjea la quem for tem todo o dever de ouvir aqueles por quem existe a universidade, os estudantes.

(De vez em quando ainda acho algumas aulas do segundo primeiro ano um porre. Mas no fundo eu sei que está valendo a pena)

domingo, 2 de maio de 2010

Pirralhinha

Quando estava prestes a nascer, minha mãe traçou as últimas costuras de um cobertor – branco e verde, com desenhos de barquinhos. Como todo objeto por que as crianças nutrem grande afeição, o cobertor ganhou o nome de ‘nina’. Não dormia sem o nina, nem fora de casa, nem no calor baiano. E eu o arrastava onde quer que fosse, junto com o travesseiro que tinha a fronha combinando (minha mãe gosta de combinar).

Aquele que me acompanhou desde a infância, com o passar dos anos, desbotou, envelheceu, até meio rasgadinho ficou, até que um dia eu não o encontrei mais. Não sei o que aconteceu com o nina. Mais do que o seu sumiço, o que me intrigava era como ele tinha o dom de encolher. E eu mal suspeitava que era eu quem crescia.

 

(Não sei porque tive vontade de postar aqui, e não no Estrelas)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sim, estou viva

E espero ter excelentes novidades em breve ;)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resenha: A Luta pelo Direito (Rudolf von Ihering)

"O objetivo do direito é a paz, a luta é o meio de consegui-la. Enquanto o direito tiver de rechaçar o ataque causado pela injustiça - e isso durará enquanto o mundo estiver de pé -, ele não será poupado. A vida do direito é a luta, a luta de povos, de governos, de classes, de indivíduos." Com essas palavras, Ihering, consagrado jurista alemão, abre esta obra clássica, indispensável aos que pensam e vivem o Direito. Trata-se de uma tese ético-prática sobre a ciência jurídica, "com o intuito de despertar nos espíritos a disposição moral que deve constituir a atuação firme e corajosa do sentimento jurídico", palavras do próprio autor, em seu Prefácio, na tradução de Agnes Cretella e José Cretella Jr.
(Imagem e sinopse da editora Revista dos Tribunais)


Ihering é, sem dúvida, um apaixonado. Em seu livro de poucas páginas e prefácio extenso e linguagem acessível, transmite sua paixão inflamada. A força do direito reside no sentimento, assim como a força do amor, mas quando o sentimento está ausente, impossível substituí-lo pelo conhecimento e pela inteligência. (59)
Durante a leitura, lembrei da Prof Elaine, que recomendou à turma este livro quando ainda fazia Ciência Política e Teoria do Estado. O sentimento e a paixão, estavam sempre em suas aulas, até na forma de se expressar, no tom de voz ao lecionar, representados pela sua frase emblemática Direito é amor.
Por toda sua linguagem apaixonada, e também pelo tema de 'luta', o livro remete a um discurso, como os que acontecem aqui na praça vez e outra, incitando as pessoas a agirem ou deixarem de agir de determinada maneira. Lutar por determinada causa.
A luta de Ihering é pelo direito. Seu discurso incita às pessoas a não abandonarem suas causas, não negligenciar seu próprio direito. Entre outros argumentos, o autor diz que o direito é condição de vida moral da pessoa, a defesa do direito é um ato de autoconservação moral.
Vai mais longe ainda, dizendo que aquele que negligencia seu direito está abandonando a luta da sociedade, pois a luta pelo direito extrapola a esfera individual. Como a regra contratual que pode ser tacitamente desprezada quando nenhuma das partes a reclama, o direito se perde aos poucos quando cada pessoa abandona sua luta. Quem quer que usufrua as vantagens do direito deverá cooperar para manter a força e o prestígio da lei, ou em outras palavras, cada um nasce como combatente pelo direito, no interesse da sociedade.
De tudo isso, considero importante seu discurso. No entanto, adiciono que a luta pelo direito não deve ser sinônimo de processo judicial, a menos que se tenha esgotado todos os outros meios de resolução do conflito. A luta pelo direito muitas vezes pode ser vencida em uma conciliação, uma conversa, um novo acordo. 
Não vamos usar a desculpa da luta pelo direito para prejudicar ainda mais o nosso sistema judiciário - que já não anda bem - acrescentando processos que poderiam ser resolvidos de outra maneira. 'Colocar fulano na justiça' não vai resolver seus problemas, nem restabelecer sua paz ou diminuir suas dores de cabeça. Pode até aumentar ainda mais. A maioria dos processos judiciais - principalmente cíveis - ainda demora bastante, são caros, estressantes, enfim... dispendiosos. Além do mais, ao levar ao Judiciário algo que você mesmo poderia resolver, você atrapalha aqueles que realmente necessitam do meio processual para resolver seus conflitos.
Leve a sério seus direitos. Lute até a última instância. Só não deixe de passar pelas primeiras.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

97 coisas em 938 dias

O post ta atrasadinho, mas não desisti do desafio 101 em 1001. Aí vai o 'relatório' dos últimos trinta e poucos dias. Fiz bastante coisa, mas a maioria é de itens que vão demorar pra terminar de cumprir.

3. Aprender alemão
Nãaao, ainda não aprendi. Mas dei o primeiro passo que é estudar. Fiz até um blog (idéia da Cintia e seu blog de italiano) pra me incentivar a estudar um pouquinho todo dia. Já estudei sozinha um bocado de coisas, mas dessa vez não ta fácil. Só que eu cismei que vou aprender, então eu vou!

5. Ler 150 livros (14/150)
Foram bem poucos esse mês. Nem imagino por quê.
1. A Criminologia Radical - Juarez Cirino dos Santos

2. A Cidade do Sol - Khaled Hosseini

3. O Nome da Rosa - Umberto Eco

4. Found Art - Leeana Tankersley
5. A Luta pelo Direito - Rudolf von Ihering

6. Fichar 50 livros (2/150)
A Criminologia Radical - Juarez Cirino dos Santos
Li justamente porque queria fichá-lo. Rendeu boas páginas nos meus arquivos.

23. Visitar todos os parques de Curitiba (1/30) 
Passeio Público
Fica aqui do ladinho do campus, mas que eu só me dignei a ir uma vez por razões que nem eu conheço. Deve ser porque em boa companhia é muito mais gostoso passear, né? (A lista dos trinta parques e bosques peguei no site da Secretaria do Meio Ambiente) O lugar é lindo, gostoso, bom pra namorar [=)], pra dar uma volta, pra levar os pirralhos - irmão, filho, cunhado..., pra pensar, enfim. Essas coisas que se faz nos parques. Tem também um mini-zoológico e uns macaquinhos soltos nas árvores que são uma graça ahuahuah

24. Visitar todos os shoppings de Curitiba (5/?)
Ainda não sei quantos shoppings há. Estou elaborando a lista, mas acho que ficarão só os maiores e mais conhecidos.

Curitiba
Segunda vez em que fui a esse shopping. Não gosto muito, acho meio pequeno. Principalmente a prça de alimentação. É beeem pequena. Quase não se encontra um lugar lá na hora do almoço. (Mas a fachada dele é liiiiinda. No Natal, então...)
Palladium
Nesse já fui duas vezes só esse mês. É o mais novo e o maior deles. Amo as lojas, o boulevard, o tamanho (sim, eu gosto de shopping graaaande), só nem tanto os preços, né? hahaha
Total
É uma bagunça. Me perdi não sei quantas vezes. Mas é beeem barato - qualidade importantíssima! haha Então não é pra passear, é pra comprar.
Estação
Um dos meus favoritos. Fica meio perto do campus, a praça de alimentação é bem grande, a livraria também (ahuahaua) e o cinema na segunda-feira é 3 reais (pra quem paga meia como eu).
Itália
Não fiquei muito tempo lá, nem olhei o shopping todo. Isso porque fica muito perto dos lugares onde eu vou. Acho que por passar todo dia nos arredores sempre penso que posso ir amanhã. Daí nem vou.

31. Encontrar Patricia e Andressa (1/2)
São minhas amigas - gêmeas - dos tempos de colégio. Quando a gente tinha uns 12 anos. Depois eu mudei de cidade, elas mudaram pra cá e nós nunca mais nos vimos. Um belo dia, minha mãe foi fazer um concurso e encontrou a mãe delas. Trocamos telefones e marcamos um encontro, eu e Andressa. Patricia casou e já tem até filha, então não poderia ir com a gente naquele dia, mas estamos conversando pra ir lá na casa dela. Fiquei muuuuito feliz em rever minha amiga de infância! Amizade é coisa que não acaba mesmo.

34. Voltar a escrever cartas
Já escrevi, já mandei, só não recebi resposta! (Que fique claro o tom de reivindicação)
(Esse item já foi contado no outro mês)

39. Comprar ou ganhar 34 livros (1/34)
Found Art
Ganhei da editora pelo Blog Tour.

60. Não acordar atrasada *
Ta ficando difícil fazer isso nesse frio. Ô, preguiça! Mas to conseguindo!

61. Não trocar a cor do esmalte mais do que duas vezes na semana *
Nem acredito, mas to conseguindo. Achava que seria um dos mais difíceis itens. É um exercício de auto-controle diário pra não tirar tudo e fazer de novo dia sim, dia não.

77. Assistir a 40 filmes (1/40)
Laranja Mecânica
Eu tava morreeendo de sono quando cheguei em casa e meu irmão tinha acabado de colocar esse filme pra assistir, mas aguentei até o final porque tava mesmo com vontade de ver.

78. Assistir a 10 filmes no cinema (1/10)
O Livro de Eli
Quando se mora longe do namorado e ele vem te visitar, vocês tem que ir ao cinema. É uma 'regra universal' que eu cumpro feliz e saltitante. hahaha Eu não sabia nada do filme, nem fui eu quem escolheu. Mas gostei muito, saí da sessão coma  cabeça cheia de ideias. Talvez até escreva aqui, que tal?

82. Desenhar uma pirralhinha nova
Não fui eu quem desenhou, foi Papai do Céu. Mas eu to tentando ser mais 'eu' do que 'a pirralha', então comecei colocando a minha própria foto no blog.

83. Mudar o layout do blog antes do início das aulas.
Não foi antes do início, mas eu mudei, né?


Vou confessar que os itens com asterisco estão bem difíceis de cumprir. Às vezes dá uma preguiça enorme, outras eu simplesmente me esqueço, mas acaba sempre registrado na agenda o que eu não cumpri. (Por causa daquele item de depositar 10 reais pra cada item não cumprido. To ficando brava comigo por ter feito isso hahaha)

domingo, 11 de abril de 2010

De castigo!

Vocês já sabem que eu mudei da Unioeste pra UFPR. Que tive que passar no vestibular mais uma vez. Que quero demais me formar em 2012 (o ano em que me formaria se não tivesse mudado de universidade). Agora vou contar a novela que foi essa história.

Saí de Foz do Iguaçu no finalzinho de janeiro, levando os currículos das disciplinas. O histórico tive que deixar pro namorado pegar e mandar pra mim depois.

Chegando aqui, me orientaram a fazer o pedido uma semana depois da matrícula, porque até então o NAA (Núcleo de Atenção ao Aluno – que conta com alguns funcionários bem mal-educados, por sinal. Nesses locais de atendimento deveria ser proibido trabalhar gente chata que não gosta de gente!) estaria uma confusão só com as matrículas dos alunos. Ok.

Uma semana depois eu voltei com mais um problema ao invés de um pouquinho de solução. Pra pedir equivalência pro mesmo curso precisava comprovar que tranquei o outro. (Não tinha feito isso porque, segundo uma lei que entrou em vigor esse ano, quem se matricula em duas universidades públicas tem que optar por uma das duas; se não o fizer, a matrícula mais antiga é cancelada.) Finalmente, no segundo dia de aula – 2 de março – com todos os documentos certos, enviei meu pedido de equivalencia de disciplinas.

UM MÊS DEPOIS meu pedido foi avaliado pelo coordenador, que indeferiu Teoria Geral do Processso (que só tem o nome diferente de Direito Processual Civil A) e Constitucional I e II (sabe Deus o porquê!). É claro que eu pedi revisão dessas matérias. (Na revisão é o professor da disciplina, não o coordenador, quem avalia). Também não deferiu Sociologia e Filosofia, mas quer saber? To achando até bom fazer de novo. Não aproveitei bem essas disciplinas da primeira vez.

Aí fui arrumar minha matrícula. Tcharaaaam! Não me deixaram fazer NENHUMA matéria do terceiro ano, porque parece que existe uma resolução que não permite que se faça disciplinas em séries posteriores. Estou matriculada em Direito Romano, História do Direito, Direito e Sociedade, Direito Internacional Público, Filosofia do Direito, – e, por enquanto, eu espero – Direito Processual Civil A e Direito Constitucional A.

Então é isso. Me sentaram de castigo nas cadeiras do primeiro e segundo anos. Formatura em 2012 não dá mais. Acho que já me conformei. Ou não. É, to bem chateada com essa história. Complicou minha vida, atrasou meus planos e me deu um enorme aborrecimento.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Blog Tour: Found Art (Leeana Tankersley)


Found Art é uma coleção de histórias animadoras, espiritualmente enriquecedoras da vida da autora. Essas histórias são tecidas em torno dos 'momentos' encontrados em Eclesiastes 3 e incluem nascer e morrer, plantar e colher, falar e ficar em silêncio, chorar e rir, lamentar e dançar, guerra e paz.

Found Art is a collection of spiritually enriching, uplifting stories from the author’s life. These stories are insightfully woven around the seasons found in Ecclesiastes 3 and include birthing and dying, planting and harvesting, speaking and remaining silent, weeping and laughing, mourning and dancing, war and peace.
(Sinopse e imagem retiradas do site da editora - tradução livre)



Esse livro faz parte de um Blog Tour. (Basicamente, vc se inscreve e informa as suas preferências literárias, a editora te convida a participar de um blog tour e te manda o livro de graça em troca de um post review. Detalhe: livros em inglês) Na verdade, o tour foi na primeira semana desse mês, mas só recebi no fim da semana passada e terminei de ler hoje.


Vou confessar que não estava empolgada com o livro de início, até que carregou a imagem da capa (internet lenta é fogo) e eu me encantei completamente. Afinal, um livro tão lindo não poderia ser tão ruim assim! Quando chegou, eu já sabia que era ele, mesmo sem sequer ter visto a correspondência. Perdi o sono na mesma hora e comecei a ler.


Logo no início do livro vi que não me decepcionaria. Primeiramente, porque tem uma conexão com Eclesiastes, que dos livros da Bíblia é um dos meus favoritos. Depois, porque nos dois primeiros capítulos houve uma identificação enorme entre leitora e autora, pois ela estava falando justamente da adequação a um novo lugar e do relacionamento à distância que teve com quem hoje é seu marido. É tão bom 'ouvir' alguém que já passou pelas mesmas coisas que você!


O título do livro remete a uma manifestação artística que consiste em transformar um objeto comum em algo especial. (Talvez seja mais profundo que isso, mas este é o conceito que interessa). É essa a ideia do livro. Encontrar beleza em lugares estranhos, incomuns. A linguagem é agradável. Não exige um nível muito avançado de inglês, pelo contrário. Senti a autora conversando comigo como uma amiga.


A história se inicia quando Leeana se muda para Barém (um país do Oriente Médio que eu não imaginava que existisse) por causa do 'recém-marido' militar, quando a Guerra do Iraque estava prestes a começar. Depois de um ano, eles voltam aos Estados Unidos, mas o marido dela tem que viajar em missão diversas vezes.

(Quando se fala de Guerra do Iraque, as pessoas pensam nos americanos malvados que vão destruir a terra alheia. Como eu disse em outro post, nenhum povo merece a guerra. É covardia do Soberano lutar arriscando a vida alheia. Não há caras maus num campo de batalha. Todos são vítimas.)

Dessa leitura, concluo que devo relaxar e enxergar o que há de belo em todo lugar. Assim como Leeana, preciso me conhecer, além do que as pessoas veem.

No final do livro, há um 'desafio' pra cada capítulo. Pra quem quiser, vou postar diariamente o desafio no outro blog (Fazer Estrelas) que compartilho com minhas irmãs a partir de amanhã.


Até mais!

Selos

Desde o início do blog recebi vários selos. Nunca cheguei a postá-los aqui, mas farei isso agora, porque os considero como um gesto de carinho de pessoas amigas, que me admiram e que eu admiro muito também. 

Quem não gosta dessas ‘frescuras’ (haha) já aviso que esse post é só disso, viu?
Se alguém me mandou mais algum nesse tempo, me avisa que eu publico. Não é fácil sair catando selos =P

1. Seu blog merece flores (Aline)


Regrinhas
Dize porque meu blog merece flores
Acho que ela deveria dizer, já que está dizendo que merece… hahaha Mas acho que é por tratar de assuntos (que eu acho) interessantes de um jeito muito especial, com todoo carinho que eu tenho pelo blog e pelos que o leem (agora sem acento).
Oferecer o selo a cinco blogs (indicações no final)


2. Esse blog é uma Realidade Utópica de tão lindo (Cíntia)




Regrinhas
Diga cinco coisas que considera realidade utópica, de tão lindas
O amor em todas as suas formas, 
A vida, 
A solidariedade, 
Meu namorado 
A paixão dos juristas que se dedicam à justiça
Indicar outros blogs

3. Coisas que eu amo (Cintia)



Regrinhas
Postar o link do blog (Done)
Dizer sem pensar dez coisas que eu amo
Jesus, meu namorado, Direito, meus irmãos (todos os cinco), meus pais, meu blog (!), meus esmaltes (quem não sabia agora sabe haha), meus livros, meu time CR Vasco da Gama (apesar de não me dar tanta alegria há um tempinho) e… o meu campus com a praça na frente (ah, gente.. é lindo, e eu me emociono toda vez que chego perto daquela praça linda)
Indicar cinco blogs e avisá-los


4. Esse blog é um doce (Cintia)



Regrinhas
Postar o link do blog que te deu o selo (De novo haha)
Escrever nove características suas
Inteligente, ansiosa, fechada, persistente, companheira, apaixonada, aventureira, preguiçosa e
Responder à pergunta: Qual é o seu doce favorito?
Chocolate. De preferência puro, em barra, com bastaaaante cacau ;)


5. Você é um blogueira dedicada (Cintia)

Regrinhas

Indicar dez blogueiras dedicadas

6. Happy 10 (Cintia)

Regrinhas
Copiar a imagem no seu blog (Done)
Listar 10 coisas que fazem o seu dia feliz e tentar fazer uma hoje
Namorar
Ouvir música cantando bem alto
Dançar
Descobrir uma 'maravilha'
Encontrar alguma coisa que fiquei procurando um tempão
Receber um abraço cheio de carinho
Cumprir uma 'meta do dia'
Tomar água de coco
Acordar cedo sem sono
Comprar esmaltes

Marque 10 blogueiros que alegram seu dia

E como eu sou uma pessoa prática, ofereco os selos (todos os seis) para:
Camila Pipoka Morro de saudade de passar a tarde toda papeando! Pode levar pros seus dois blogs, ta?
Ju do Historinhas Poque voltei a lê-las e não vejo a hora de você postar mais! (Além do mais, nada mais doce que o seu blog, né? hahaha)
Ana Jey Porque eu amo quando você escreve e quero que escreva mais. E porque eu amo você e que me faz tão feliz por ser sua irmã.
Ru Boboca Porque você escreve lindamente e eu não preciso nem dizer. A sua dedicação - em comparação à minha - pode ser vista em números de estrelas hauahuahaua
Deborinha e Belíssima Porque vocês são as flores da minha vida - a melhor cunhada e a melhor melhor amiga do mundo hahaha. Porque eu posso contar com vcs sempre, e porque a nossa amizade e o nosso amor me emocionam de verdade.
Lia Porque seus textos são um barato e seu template é liiiiindo. Amo especialmente os "PS" haha
Didi Porque eu sou fã dela prontofalei

E como eu não me prendo à convenções (finge que acredita...) serão só os sete.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Parabéns, Curitiba!

 Confesso que ser obrigada a mudar de cidade me fez tomar uma antipatia gratuita pelo lugar. Não que eu gostasse tanto assim de Foz do Iguaçu. Me irritava a ideia de deixar tudo o que eu tinha lá para recomeçar em outro lugar mais uma vez. As dificuldades no decorrer da mudança - lentíssima - e para retomar minha vida aqui - 'projeto' ainda inconcluso, aliás - fizeram com que já chegasse em Curitiba com 'pontos negativos'.

Sabe quando você quer não-gostar? Deve ser algum tipo de auto-defesa temperada com um pouquinho de imaturidade. É claro que eu sabia que era besteira sentir raiva de uma cidade que eu nem conhecia direito e que, lógico, nunca teve culpa de nada.

Não adiantou. Eu queria não-gostar da cidade, da uni, das pessoas, do clima. Insisti pra implicar. Apesar de tudo, no primeiro dia que peguei o ônibus em direção à Santos Andrade, desde já, senti que não conseguiria manter a resistência. E quando meus pés pisaram aquela praça (que de vez em quando gosto de chamar de 'minha'), houve uma coisa nova. Não era a primeira vez, nem nada. Meu coração batia mais forte agora pelo início da vida que estou construindo aqui.

Minha praça
Hoje, no aniversário de Curitiba, o dia amanheceu a cara da cidade: cinza, cheio de nuvens, com chuva e o famoso e típico frio que não obedece estação do ano. A irresistivelmente charmosa Curitiba me conquistou completamente. Gosto daqui. Gosto da chuva que cai quase todas as noites, das praças sempre bem cuidadas, das ruas tão mais limpas que qualquer outra capital brasileira, do centro histórico, dos parques, do transporte público e do clima surpreendente que me obriga a andar com guarda-chuva e casaco na bolsa todos os dias.

(Aos super-críticos de plantão, é claro que não a cidade não é perfeita. Há pobreza, há muros pixados, casas antigas que estariam lindas se alguém cuidasse delas, há violência, há favela, há quem ainda jogue papel no chão, há aqueles tão 'provincianamente educados' que chegam à frieza, entre outras coisas)

Meus parabéns à cidade que tão rapidamente aprendi a amar pelos seus 317 belos anos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Resenha: O Nome da Rosa (Umberto Eco)

Ouvi falar no livro de Adso Umberto Eco pela primeira vez ainda no 1º ano do Ensino Médio. Não exatamente no livro, mas no filme. Lembro que na época me pareceu chatíssimo um filme sobre a vida em um mosteiro na Idade Média. Isso foi há uns cinco anos. Nem parece que se passou tanto tempo!
O que eu lia nessa época? Ah, sim… Foi um ano fraco pra leitura o de 2005. Em um dos colégios que estudei (foram três no mesmo ano) os alunos só podiam emprestar livros uma vez por semana. Talvez pelo tamanho da biblioteca, pequeniniiiinha! Aproveitava para pegar livros grandes, como o Memorial de Maria Moura. E Sidney Sheldon, que eu conhecera um ano antes. Mas não li O Nome da Rosa. Acho que nem vi em qualquer das três bibliotecas que frequentei naquele ano.
Nunca mais ouvi falar dessa história por anos, até chegar à universidade. O livro estava entre as leituras complementares de Sociologia, mas eu não li. Estava ocupada demais aprendendo a estudar para passar pelas estantes de literatura.
Foi no ano passado que resolvi que deveria voltar a devorar livros como antes. Agora já tinha ouvido falar tantas vezes do livro e do filme, tantas recomendações, que fiquei curiosa. O exemplar estava desgastado, os cadernos meio frouxos, provavelmente porque eu não fora a única que carreguei auqele livro pra todo canto.
Ao contrário do que me fizera parecer a infeliz da professora de História há tantos anos, descobri que era um romance com uma trama muito bem escrita que me aguçou os sentidos. Lia até as inscrições em latim para tentar descobrir algo do mistério das mortes dos monges. Infelizmente tive que parar a leitura perto do fim, para dedicar tempo ao vestibular. (Por que não pedem também literatura estrangeira no vestibular? Preciosismo)
Terça-feira o professor de História do Direito mencionou o livro, contando com o bom-humor com que costuma dar suas aulas do episódio inicial do livro, quando Guilherme descreve um cavalo que nunca tinha visto. De repente, senti uma vontade enooorme de saber o que acontecia no final do livro. Quem ou qual era a causa de todas aqueals mortes na Abadia? Encontrei um único exemplar na biblioteca de Humanas e devorei saborosamente – não como Jorge – as páginas que restavam.
Excelente leitura para quem gosta de ler, quem gosta de história, quem gosta de observar as pessoas. E pra descobrir como algumas coisas realmente não mudam: a hipocrisia, o fanatismo, a vaidade, o orgulho e a paixão pelos livros.

sábado, 20 de março de 2010

Pra Variar

Antes que eu fique estressada com tanta indignação e seriedade (taí a dica: estresse, indignação e seriedade demais fazem mal à saúde), um joguinho. Repasso pra quem quiser ;)
1. Nome
Annie Adelinne
2. Porque lhe deram esse nome?
Segundo conta a história, meu pai queria Adelina, que era o nome da mãe dele, e minha mãe queria Ana. Como já tinha Ana demais, resolveram enfeitar (baianagem!), e acabaram enfeitando o Adelina também pra combinar. Pensando bem, ficou melhor que Ana Adelina, né?
3. Você faz pedidos às estrelas?
Pra quê? Aqui de Curitiba quase nunca se vê estrelas. Mesmo se visse, elas não escutam. Prefiro fazer minhas próprias estrelas.
4. Quando foi a última vez que você chorou?
Ontem, de saudade. Ultimamente, quase todos os dias, pelo mesmo motivo. Ô, dó!
5. Gosta da sua letra?
Gosto. Vivo mudando, porque enjoo de uma coisa ou outra, mas acho bonita, sim.
6. Gosta de pão com o que?
Mortadela haha Ou, se estiver quentinho, manteiga de verdade já ta bom demaaaais.
7. Quantos filhos você tem? Como se chamam e quantos anos eles têm?
Filhos eu não tenho. Por enquanto, só nomes hehe
8. Se você fosse outra pessoa, seria seu amigo?
Sabe que eu não sei? Às vezes eu me acho insuportável, outras vezes eu simplesmente me acho…
9. Saltaria de bungee-jump?
Talvez. Depende do estado de espírito na hora. Com uma companhia pra encorajar, quem sabe?
10. Desamarra os sapatos antes de tirá-los?
Não uso tênis faz tempo. Gosto de calçados mais práticos: sandálias, rasteirinhas... Desses que saem chutando, sabe? [Falou a bagunceira]
11. Acredita que você seja uma pessoa forte?
Sou daquele grupo que parece forte, só porque ta sofrendo em silêncio.
12. Sorvete favorito?
Maracujá, sem nem pensar.
13. Vermelho ou Preto?
Taí duas cores que não sou chegada – principalmente juntas – mas entre uma e outra, o vermelho.
14. O que menos gosta em você?
Eu sou muito fechada. Gostaria de ser mais aberta, daquelas que as pessoas ficam com vontade de conversar, sabe? Aquelas pessoas que logo juntam um grupinho, começam a conversar e rir como se fossem amigos há séculos… Isso acontece de vez em nunca. Queria ser assim sempre.
15. O que mais gosta em você?
Minha capacidade de perdoar.
16. De quem você sente saudades?
Ah, do meu amor, dos meus irmãos... Esse povo que amo tanto e encrenca em morar longe de mim!
17. Descreva que roupa e calçado esta usando agora?
A regata do dia que tirei a foto da carteirinha do RA (rosa e azul), uma bermuda jeans que tenho há uns 4 anos e que me serve até hoje,  um par de sandálias ipanema.
18. Qual foi a última coisa que comeu hoje?
Três biscoitos daqueles ‘água e sal’.
19. O que você está escutando agora?
A televisão ligada
20. A última pessoa com quem falou ao telefone?
Atendi o telefone no escritório do meu pai, mas não sei quem era.
21. Bebida favorita?
Sucos. Principalmente aqueles mais ‘incomuns’: cajá, cupuaçu, beterraba com cenoura…
22. Comida?
Eu gosto de massas. Lasanha, macarrão e afins…
23. Último filme que viu no cinema e com quem?
Ihhhh, faz tempo! Acho que foi O Curioso Caso de Benjamin Button, com o namorado. Se vi algum depois, não lembro. Devo ter esquecido porque quase dormi vendo A Princesa e o Sapo em Volta Redonda em ótima companhia: Dan, Belíssima e Déborinha.
24. Dia favorito do ano?
16 de novembro ;)
25. Inverno ou verão?
Ah, eu gosto dos dois até enjoar. No fim do verão não vejo a hora de fazer frio; no fim do inverno, mal posso esperar pelo calor.
26. Beijos ou abraços?
Depende… De quem? 
27. Sobremesa favorita?
Bolo de Coca-Cola do jeito que só a Cacau sabe fazer.
28. Que livro está lendo?
Curiosamente, justamente hoje, não estou lendo nenhum
29.O que tem na parede do seu quarto?
To num quarto provisório. Nada nas paredes que é pra não dar trabalho de tirar.
30.Filmes favoritos?
Esse negócio de escolher coisas favoritas… Fico sempre indecisa! Hoje vou dizer que é Antes que termine o dia.
31. Onde foi o lugar mais longe que você foi?
Quer dizer a maior distância que já viajei? De Foz do Iguaçu pra Feira de Santana.
32. Uma música?
Uma só? Hoje é Smile.
33. Uma frase?
“Deus não está atordoado, com as mãos na cabeça dizendo ‘Como é que isso foi acontecer?’, Ele está no controle.”

sexta-feira, 19 de março de 2010

O Judiciário agora é circo?

"Dois dias e meio depois da separação, Dervana Dias estava ansiosa para o reencontro com a filha. O choro era de emoção. Mãe, pai e filha pareciam se entender. Os parentes também pegaram a criança.
A criança foi retirada dos pais por determinação da justiça na última segunda-feira e levada para um abrigo. De acordo com uma denúncia anônima ao Conselho Tutelar, a mãe e as outras ciganas pediam dinheiro na rua, no centro de Jundiaí, e usavam a menina para sensibilizar as pessoas. [...]
Nesta tarde os pais da menina terão uma audiência na Vara da Infância e Juventude, no fórum de Jundiaí. Eles vão tentar explicar ao juiz que não pediam dinheiro na rua como foi denunciado ao Conselho Tutelar. Vão dizer também que têm condições de criar a filha.
“Espero que o juiz libere minha filha. Eu tenho condição de criar minha fila”, diz Dervana Dias, mãe da criança."
Essa é parte da transcrição de uma reportagem transmitida ontem na Rede Globo em jornais de transmissão nacional. (Matéria completa)

A notícia transmitida duas vezes para todo o Brasil dá o tom do espetáculo apresentado em volta de uma criança que mal entende o que se passa, a não ser que lhe tiraram de sua família. Não quero comentar se a atitude foi certa ou errada, e só por um motivo: os processos da Vara de Infância e Juventude - todos, sem exceção - estão sob sigilo de justiça, e não é à toa. Trata-se de crianças e adolescentes, que não devem ter sua vida exposta desse jeito, mesmo que sob a 'proteção' da imagem do seu rosto.

Pra falar a verdade, não gosto quando nenhum processo judicial vai a público antes de terminar, principalmente quando a notícia é feita dessa maneira, armando uma tenda em volta do problema dos outros, e por vários motivos:

1. Porque conhecemos a parcialidade da nossa mídia, que não dá notícias, mas comenta os fatos e apresenta sua própria versão. Apresentar uma criança sendo tirada a força dos braços da mãe certamente é comovente, mas ninguém sabe de fato os motivos e as circunstâncias que levaram a isso. A única coisa que eu sei - mas que não ficou clara a todos - é que o processo não acabou.

2. Porque os jornalistas apresentam essas notícias do jeito que eles entendem, e nem sempre é o jeito como as coisas acontecem. A menina pode ter sido tirada da mãe por medida cautelar - quem sabe para que não fujam com a criança - ou liminar - para evitar que a criança continue sofrendo os riscos a que, segundo a denúncia, estava exposta.

3. Porque da forma como foi apresentada a notícia, ficou parecendo que tiraram a criança da família porque não tinham condições de cuidar da menina. O Estatuto da Criança e do Adolescente diz muito claramente que "A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar." (art. 23).

4. Porque uma notícia dessas gera polêmica, e se é mal explicada - como foi - gera ideias erradas, transformando o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia e todo o Poder Público no grande vilão da história, afastando-os ainda mais dos cidadãos.

Que grande desserviço.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Resenha: A Cidade do Sol (Khaled Hosseini)

“- Foi em março de 1979, uns nove meses antes da invasão soviética. Alguns heratis enfurecidos mataram uns conselheiros soviéticos e, então, eles mandaram seus tanques e seus helicópteros e abriram fogo contra a cidade. E nos bombardearam durante três dias, hamshireh. Derrubaram prédios, destruíram um dos minaretes, mataram milhares de pessoas. Milhares. Perdi duas irmãs nesses três dias. Uma delas tinha 12 anos. É essa aqui – acrescentou ele, batendo com a mao na foto presa ao pára-brisa.

- Sinto muito – disse Laila, impressionada por ver que a história de cada afegão é amrcada por mortes, perdas e dor. E, mesmo assim, percebe que as pessoas dão um jeito de sobreviver, de ir em frente. Pensa em sua própria vida e em tudo o que lhe aconteceu, e se surpreende ao se dar conta de que também sobreviveu, que está viva, sentada nesse táxi, ouvindo a história desse homem.”

O livro conta a história de duas mulheres – Mariam e Laila – passando pelos conflitos subsequentes nos últimos 40 anos de história do Afeganistão, entremeados por traços da cultura e do cotidiano afegão.

A cidade do sol é Cabul, onde não se podem contar as luas que brilham em seus telhados, nem os mil sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros. (Versos de Saib-e-Tabrizi) (Em inglês o título é A Thousand Splendid Suns – Mil Esplêndidos Sóis –o que acontecem com os títulos quando chegam ao Brasil? Mania de inovar mais besta! )

A história se inicia com a jovem Mariam, uma harani (bastarda) do interior do Afeganistão, que é obrigada a se casar com Rachid, um sapateiro muito mais velho que ela, que vive em Cabul.

No dia do golpe (ou revolução, depende de quem está falando) socialista, nasce Laila, poucas casas acima da de Mariam. Seus irmãos lutavam no interior contra os soviéticos. Quando os mujahedins venceram, passaram a lutar uns contra os outros, destruindo Cabul com as armas que ganharam dos Estados Unidos para combater o mal socialista.

Quando os pais de Laila morrem atingidos pelo míssel que cai em sua casa, a menina é socorrida por um dos poucos vizinhos que não fugira para o Paquistão. É quando as histórias das duas mulheres se cruzam. Laila vê no casamento com Rashid seu único meio de sobrevivência nesse cenário pavoroso.

Juntas, elas sofrem com as atrocidades do marido intolerante. Vêem instalar-se o regime talibã, que proíbe as mulheres de trabalhar, estudar, rir, falar, andar sozinhas, olhar os homens nos olhos ou mostrar o rosto. Cuidaram dos filhos de Laila. Passaram fome. Lutaram pela vida como puderam.

A história dramática se encerra num cenário de esperança, após a última guerra, contra os Estados Unidos, onde os afegãos estão reconstruindo a cidade de Cabul e suas próprias vidas.

Tantas revoluções e conflitos em tão pouco tempo me fizeram voltar às aulas de Ciência Política e Teoria do Estado. À conhecida definição de estado de exceção… Do SOBERANO, soberano sobre a vida dos outros, por tantas vezes sem a menor noção da responsabilidade que possui. Sem olhos para ver o sangue em suas mãos. Aquele que usa o poder para estabelecer no seu país determinados ideais, sacriifcando a vida dos civis que dele dependem.

O chefe de Estado contemporâneo que declara a guerra joga com a vida dos outros e por isso é um covarde. Ele mesmo não vai para a linha de batalha. A sua decisão não arrisca o seu pescoço, mas os de muitos outros; voluntários, obrigados, inocentes.

Isso tudo me enoja.

terça-feira, 16 de março de 2010

Resenha: A Criminologia Radical (Juarez Cirino dos Santos)

Este estudo tem por finalidade definir os fundamentos científicos e os objetivos programáticos da CRIMINOLOGIA RADICAL, como teoria do crime e do contorle social comprometida com o projeto político das classes trabalhadoras nas sociedades capitalistas.”

Esse livro apresenta uma visão do crime completamente diferente do último que estudei (apesar de Mentes Perigosas não falar exatamente de crime ou de criminologia, mas de psicopatas, e de um ponto de vista científico-psiquiátrico-não-jurídico).

A Criminologia Radical diz que o crime está diretamente ligado à economia e estes à política. Define o crime individual como resposta social de sujeitos em condições sociais adversas. Diz, ainda, que há uma criminalidade estrutural: “situações de garantia de impunidade, pelo controle dos processos de criminalização, são condições suficientes para práticas anti-sociais lucrativas, fundadas no controle dos processos de produção/circulação da riqueza”.

Em resumo, o que li é que o crime é obra e graça do capitalismo, que pune os oprimidos de forma a manter o sistema e acoberta os crimes da classe dominante, sendo o próprio sistema capitalista um crime.

Pessoalmente, considero perigoso definir todo um sistema como criminoso. Acho abstração demais. E mais perigoso ainda é enfatizar que a solução para a criminalidade é a implantação do regime socialista. Até porque, o tal regime é um ideal que ninguém nunca viu funcionar, né? Enfim, me perdoem aqueles que amam, mas a Criminologia Radical me pareceu um discurso fanático ou eu não entendi nada.

E ainda tem o caso de todo o proletariado que não pensa em cometer um crime sequer – ‘pobres alienados’ – daqueles que não cometem crimes por serem oprimidos pela sociedade capitalista, mas por motivos passionais, por estarem sob efeito de tóxicos, por patologia… Prefiro pensar que não existe um motivo para que alguém cometa um crime – seja biológico, sociológico, econômico… Mas que todos esses motivos são possibilidades.

Mas como todo mundo tem sua própria opinião sobre o que é crime e como se deve lidar com ele, essa discussão vai longe!