Quando estava prestes a nascer, minha mãe traçou as últimas costuras de um cobertor – branco e verde, com desenhos de barquinhos. Como todo objeto por que as crianças nutrem grande afeição, o cobertor ganhou o nome de ‘nina’. Não dormia sem o nina, nem fora de casa, nem no calor baiano. E eu o arrastava onde quer que fosse, junto com o travesseiro que tinha a fronha combinando (minha mãe gosta de combinar).
Aquele que me acompanhou desde a infância, com o passar dos anos, desbotou, envelheceu, até meio rasgadinho ficou, até que um dia eu não o encontrei mais. Não sei o que aconteceu com o nina. Mais do que o seu sumiço, o que me intrigava era como ele tinha o dom de encolher. E eu mal suspeitava que era eu quem crescia.
(Não sei porque tive vontade de postar aqui, e não no Estrelas)
2 comentários:
Que bonitinha!!!
Dom de encolher? Rsrsrs, que gracinha!
Minha irmã e minha prima, quando eram crianças, tinham um pedaço de cobertor (verde também) e não desgrudavam dele de jeito nenhum. O da Jéssica chamava "betô". kkkkk
Bjo
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